terça-feira, 25 de junho de 2013

Dia 7: Isle of Islay — visitando as destilarias

Acordei e peguei minha roupa, fui tomar banho e depois café. Arrumei a mala e saí para pegar o ônibus. Essa foi a melhor noite que dormi. Fez frio o que me induziu a um ótimo sono. Além do mais, como aqui não tem colcha e somente edredom, quanto mais frio melhor.

Peguei o ônibus para Port Ellen, o ônibus era o mesmo que levava as crianças para a escola, no mínimo curioso. Em Bowmore, mudamos para um ônibus menor, o motorista também trocou de ônibus. A ilha tem 3500 habitantes  e várias cidades ou como chamam aqui, comunidades ou vilas.

O principal produto da economia é o Whisky. Há uma indústria de turismo forte. Também se destaca a agricultura, criação de animais e pesca. Vi muitas ovelhas pela cidade inteira, também vi cabras e gado bovino.

O ônibus demorou bastante, quando saí pedi indicações e fui andando. Pedi informação na rua para saber onde era a primeira destilaria que visitaria e me disseram que estava distante duas milhas, ou seja, mais de três quilômetros. Isso é muita coisa! O conselho que me deram foi pedir carona, e não é que consegui.

Cheguei à destilaria Lagavulin na hora — como gosto de ser pontual! — fiz o tour e depois a prova de diversos sabores. Deu pra notar a diferença de acordo com a idade. A quantidade de álcool varia e não só da idade depende o sabor. O tipo de madeira também é bem importante no processo. Provei o álcool que saí da fermentação sem passar pelos barris, é intragável.

Sobre o processo do Whisky, até a parte da fermentação tudo é bem parecido com a fabricação da cerveja, depois da fermentação o processo muda. A levedura não chega a ser separada do produto da fermentação porque o álcool vai ser destilado e a levedura não vai evaporar.

Para esse processo cada destilaria usa um formato diferente de destilador de cobre. Esse processo de repete algumas vezes e o produto final é armazenado em barris onde ocorre a maturação.

Um pequeno estoque na destilaria Lagavulin
O whisky daqui é conhecido pelo sabor defumado, que é obtido quando os grãos de cevada são postos para germinar depois são levados a uma câmara de secagem, mas antes de secar passam dois dias sendo defumados com hummus.

Detalhe da inscrição Ardbeg.
Curioso é que os barris são originais dos EUA, Espanha e Portugal, com o primeiro país liderando as estatísticas. Aliás, a história dos EUA influenciou muito a história do whisky. Por exemplo, na época da lei seca várias destilarias quebraram já que os EUA eram o principal mercado.

Um belo barril, preenchido por um igualmente belo líquido.
Mas o mesmo movimento fez crescer a importação de barris e fez se desenvolver a indústria dos blended whiskies, ou seja, whiskies feitos a partir de misturas de diversos single malts. Fui andando dessa para outra destilaria, Ardbeg. O tour foi mais livre, pudemos tirar fotos, foi mais íntimo. No final teve uma pequena prova. Almocei por lá mesmo, de entrega salmão cru e cozido. O salmão aqui é bem saboroso.

Provando as iguarias da Escócia, num mesmo prato o salmão cru e cozido.
De prato principal um belo hambúrguer de novilho no estilo haggis. Ambos acompanhavam salada. Tomei uma cerveja local para acompanhar. O próximo destino era a Laphroaig, bem longe da que eu estava, comecei a andar, pedi carona duas vezes e consegui. Esse lance é muito legal.

Fachada externa da Laphoraig.

Diversos destiladores perfilados. A água quente que passa por fora dos destiladores, aquece o álcool que evapora.
Detalhe da escotilha para verificar o interior do destilador.

Outra pequena coleção de barris.
Minha preocupação era a hora do ônibus. Além disso o albergue só abre às cinco. Tudo é bem peculiar aqui. Fui andando da última destilaria até o porto Ellen e acabei tendo de pegar um ônibus para Bowmore, depois um táxi para o albergue. Entrei num hotel, pedi à recepcionista para chamar um táxi e pedi uma cerveja. Adivinhem, o mesmo taxista. Mais papo.

Acabei no bar que eu queria ter ido jantar ontem mas que estava com a cozinha fechada. Vi e confirmei outra história do taxista, o meio a meio, ou seja, uma dose de Whisky e uma cerveja. Um não elimina o outro e é uma boa combinação.

Uma bela noite em Isle of Islay.
Amanhã voo para Glasgow e de lá para Londres. Ainda tenho muita coisa que quero fazer no Reino Unido.










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