domingo, 2 de dezembro de 2018

Haia

Último dia cheio de viagem e o plano era conhecer mais uma cidade, Haia. Planejei chegar em torno de nove horas da manhã, assim poderia rodar um pouco antes de visitar os museus e me encontrar com o André, que mora lá e também com a minha prima Maiana, que também mora lá.

Como estava hospedado num hotel no aeroporto e como o aeroporto tem uma estação de trem, foi bem fácil chegar a Haia. Cheguei na estação central e sabia muito frio, o sol demora a se estabelecer e até que isso aconteça a temperatura é mais baixa.

Logo que saí da estação notei uma linha de tram passando por dentro de um edifício, parecia cena de filme futurista. Cheguei a uma praça onde armavam uma feira. Ao redor da praça bares e restaurantes, mas tudo ainda fechado. As coisas aqui abrem mais tarde e fecham mais cedo. Tem de se acostumar.


Seguindo o mapa que eu tinha feito, passei pela casa de Maurício de Nassau, que também é um museu. O horário de abertura era dez, então ainda tive tempo para visitar outros pontos turísticos. Visitei o parlamento, que é um complexo de edifícios bem bonitos, que fica ao lado do museu. Caminhei mais pelas ruas com lojas, restaurantes e bares. Passei pela antiga prisão, pela igreja, já era quase dez e voltei para o museu.



Assim que entrei, com o museu ainda vazio, subi para o último andar, queria chegar na sala onde fica o quadro Moça com brinco de pérola, do Vermeer. Essa é uma tática que sempre uso, tento chegar o mais cedo possível no museu, já averiguo o que há de interessante ou o que me interessa e vou direto ao lugar onde está meu objeto de interesse. Cheguei na sala e eu era o único! Pude olhar o quadro de perto, com atenção, sem ninguém para me distrair.


Depois do descendo a casa fazendo o caminho inverso. Havia obras de Rembrandt e de outros pintores holandeses. Eu gostei dos retratos que Rembrandt pintava, mas não é meu tema favorito. Ainda prefiro natureza. E dentro da natureza, o mar. 

Havia alguns quadros retratando o Brasil. É impressionante que vejo de longe eu bato o olho e reconheço. Não sei se pela passagem, não sei se já vi coisa parecida destes pintores, mas o fato é que sempre reconheço.


Quando saí do museu fui encontrar com o André. O André estudou na PUC com o Bernardo, que me visitou em Israel há menos de um mês. Eu conheci o Bernardo no processo de seleção para ser trainee na América Latina Logística, e acabamos nos conhecendo em diversas idas a praia. 

Sentamos para tomar um café. É interessante escutar um brasileiro falando holandês. Digamos de papo e depois fomos andar um pouco. Passei novamente pela feira e as barracas já estavam funcionando. Provei um stroopwafel feito na hora, é gostoso, interessante, mas não o melhor doce do mundo.


Saindo da praça, cruzamos o parlamento novamente, agora já bem mais cheio. A visita da manhã me rendeu boas fotos. Acordar cedo tem muitas vantagens. Assim que saímos do complexo, havia um trailer vendendo peixe. Comprei um arenque, para não perder o costume e comprei um peixe frito. Ambos deliciosos. Fiquei esperto porque vi umas gaivotas roubando o peixe de alguns clientes incautos.



Demos mais uma volta e fomos ao museu frio Escher. Ele não era um pintor, mas era um artista muito instigante. Ele brincava muito com perspectiva, transformação de forças que vão e voltam ao formato original, brincava com a aglomeração de formas geométricas, e, a minha preferida, com perspetivas ele criava desenhos de máquinas de modo contínuo. Ele era um mestre da perspectiva.




O museu além de exibir a técnica de reprodução e trabalho, tinha diversas obras e algumas instalações interativas. Estas eram muito divertidas. Havia a tradicional sala que em uma foto das uma peça parecer gigante e a outra diminuta, havia uma esfera reflexiva, na qual podíamos ter uma ideia de como ele fez um desenho bem famoso, uma porta pela qual passamos parecia um cubo numa tela de tevê e havia uma instalação que de longe fazia parecer que o edifício que ela retratava estava balançando. Nessa eu demorei para entender o que estava acontecendo e só o fiz quando passei lateralmente pela instalação. 



Depois dessa visita, Maiana passou para me pegar e fomos almoçar num restaurante de frutos do mar. O restaurante era muito legal. Dividi com o Alex, o marido dela, um prato com diversos frutos do mar. O prato era gigante, mas era suficiente para dois. Eu pedi uma sopa de lagosta antes, a lagosta veio no meio do prato com algum molho servindo de base e o garçom despejou um outro caldo para que eu pudesse ver, formando a sopa. Estava muito gostosa.



Dali eles me detiveram na estação de trem, não era um trem direto, mas fiz a baldeação na mesma plataforma e cheguei muito rápido no aeroporto. Eu tinha planejado comprar algumas coisas para comer durante a viagem num supermercado e também queria comprar uns ímãs de geladeira, penso que teria de ir a Amsterdam. Achei tudo no aeroporto, o que facilitou muito a minha vida. Dormi antes das dez para acordar às quatro, embarquei e término estar linhas já no avião.