domingo, 23 de junho de 2013

Dia 6: Ida a Isle of Islay

O dia ontem tinha sido muito bom e surpreendentemente ficou melhor. Saí de noite para procurar um pub com música ao vivo. Pedi informação na recepção e fui pra rua indicada. Entrei no primeiro pub no qual uma banda tocando músicas no estilo Rolling Stones de apresentava.


Quando fui comprar meu segundo pint vi dois caras discutindo. Fiquei de longe olhando. Um devia ter vinte e pouco do outro trinta e muito. Eles se ameaçavam com palavras, o mais novo ficava provocando com ligeiros tapas leves no outro. Eles acordaram sair do bar, mas os amigos foi mais novo não deixaram. 

Enquanto isso vieram os seguranças que primeiro olharam e depois foram conversar. Nunca vi uma suposta briga de bar tão educada e calma. No fim nada houve.


Fui conversar com um pessoal para ver se havia algo melhor para ser feito. Uma menina do grupo disse que estava na Escócia estudando o processo de fabricação de cerveja e destilação de whisky. Tá aí um curso interessante de verão. Bom, o proveitoso da conversa foi que ela me indicou o bar da Brewdog, uma das minhas cervejarias prediletas.

Fiquei extasiado quando entrei no bar! Quanta variedade, eu fiquei tão em dúvida que pedi ajuda pro camarada que estava atendendo. Aliás, uma placa sugeria exatamente isso.

Tomei na ordem:
* Hardcore IPA, com teor alcoólico de 9,2%
* Jack Hammer, com teor alcoólico de 7,4%
* Dead Pony, com teor de 3,8%

Todas muito lupuladas, cada uma com uma nota especial em seu lúpulo.
Saindo de lá achei uma boa ideia comer algo. Fui de kebab mesmo. No caminho e rápido.
Depois disso tudo dormi de uma às seis e fiquei rolando na cama até as oito. Dormir com tanta luz é uma tarefa difícil. O americano que me falou que não tinha problemas com a luz estava com a cabeça coberta. Que papelão.

Usei um dos vales e pedi o café da manhã inglês. Uma pedrada. Linguiça, chouriço, batata cozida em forma de torta, ovos fritos, torrada, tomate e bacon. Passei os últimos dois.
O café reforçado vai me ajudar porque hoje é dia de viagem. Vou para Islay e para isso tenho de ir a Glasgow antes.

Fui passear pelo Centro de Edimburgo, desci até o parlamento e do lado avistei a residência oficial da rainha na Inglaterra. Tinha uma montanha do lado, achei que era uma boa ideia subir para ter uma boa vista da cidade. Que boa ideia quando se tem pouco tempo, apenas um úteis e se veste calça jeans.
Andei por mais de uma hora, não cheguei ao topo, suei e fui ridicularizado por um senhor para o qual pedi informação.

Consegui subir bastante, mas tive de desistir e voltar. Bom, se não bastasse a cerveja e o whisky, agora tenho outro motivo para o retorno. Como a estação de trem era do lado do albergue, resolvi já pegar o próximo trem. Não gosto de horário apertado e gosto de fazer tudo com planejamento.



O painel de chegadas e partidas da estação de trens de Edimburgo.
Mas há coisas que não conseguimos prever na vida. A viagem de trem durou cinquenta minutos, foi bem tranquila. Cheguei em Glasgow e achei ótimo ter saído perto do centro.


Alguém tem medo de avião pequeno?

Fui olhando para uma bela praça que apareceu na minha frente. Notei um número grande de outros com colete amarelo, pareciam ser da polícia. Co também umas grades na beira da rua. Bom, perguntei como fazia para pegar o ônibus e recebi as direções. Continuei caminhando, vendo o centro, tirando fotos, e continuei orientando onde era o local para pegar o ônibus.

Prédio no centro de Glasgow.
Fui me aproximando do local da primeira indicação que obtive, porém, agora havia notado que o motivo da grade e pessoas de amarelo é que havia uma corrida de bicicleta na cidade. Perto do lugar que eu devia pegar o ônibus fui informado para voltar. Perdi minutos nessa história, mas o voluntário da organização me levou quase até o lugar. Sujeito muito prestativo.

Achei o ônibus, expliquei a situação e fui admitido sem problemas. A viagem foi rápida e tranquila. No aeroporto como um outro tipo de haggis e provei outras duas cervejas. Esse país é demais. A ilha fica na costa oeste da Escócia e se pronuncia Ai—lá.

Aliás, a Escócia tem uma história riquíssima. Eles estiveram em guerra com a Inglaterra por Asus, foram aliados da França, falam inglês há bastante tempo, tiveram clãs em disputas por séculos e é um país que não tem hino nacional. É muita coisa junta para entender em tão pouco tempo.

Chegando na ilha não havia ônibus porque era domingo. O taxista da cidade vai levar um pessoal e me buscar na volta. Nesse tempo de espera algumas pessoas vieram falar comigo e me deram indicações sobre a ilha. Muito legal essa recepção calorosa. O tempo hoje está feio, parece que ontem fez um belo dia. Vamos torcer para melhorar.

Boas vindas da esteira.
A hospitalidade do pessoal aqui é demais. No aeroporto enquanto eu esperava pelo táxi uma senhora me mostrou o mapa, perguntou se eu tinha como ir para onde eu ia. O taxista foi muito gentil e ficamos de papo sobre o tipo de vida aqui, sobre como as pessoas andam apressadas e estressadas. Falamos sobre economia, turismo, futebol, o de sempre. 

Chegando no albergue a recepcionista, uma senhora, estava explicando tudo sobre a Ilha para três americanos.Depois de terminar de atendê—los, me deu atenção e foi muito gentil. Quando falávamos do horário de  volta do ônibus, ela sugeriu que eu conversasse por lá. Eu disse que era brasileiro e sempre dava um jeito.

Ela me desafiando perguntou o motivo de eu ter vindo de táxi e não de carona. Expliquei que já tinha acordado com o taxista e que por isso esperei embora tivessem me oferecido carona. Ela elogiou minha atitude, eu fiquei pensativo. Será que há espaço para os bons nesse mundo?

Uma casa típica de Islay.
De todos os modos ele falou que tudo volta e que minha atitude tinha sido a correta. Vamos esperar. Consegui botar a roupa para lavar e fui para o restaurante. O que eu queria ir não estava servindo comida, então fui no do Hotel de Port Charlotte. Chegando pedi uma mesa, a cerveja dou servida na ante—sala. Esse lugar era bem interessante e aconchegante. A lareira estava acesa e o bar cheio. Pouco tempo depois fui levado ao andar inferior onde havia outro salão. Avistei os americanos e eles me convidaram para sentar com eles.

Apesar de parecer que a ilha é densa de casas, por esta foto, este é um detalhe de Port Charlotte, uma das poucas localidades com concentração de casas na ilha.
Nós nos apresentamos, descobri que eles eram da Louisiana e que um deles vai ser mudar pro Brasil. Os três eram bem inteligentes e conheciam muita coisa do mundo. Falavam sobre número de população, quantidade de habitantes, fatos sobre o mundo. Quebraram completamente o estereótipo do americano isolado. É sempre muito legal encontrar pessoas de bom nível intelectual e interesse no resto do mundo.

Detalhe da rua que beira o litoral em Port Ellen, onde ficavam as três destilarias que visitei.
De entrada pedi um guisado de frutos do mar que estava excelente. De prato principal pedi uma truta de um lago local. Provei três cervejas novas. Na hora de pagar as contas vieram juntas e um americano pagou tudo. Insisti em pagar minha parte mas ele de negou.

Interior do The Port Charlotte Hotel & Restaurant.
Como ficamos de papo escutando música tradicional ao vivo, paguei uns rodada de cerveja que foi quase o que eu fiquei devendo. Tem muita gente legal nesse mundo. A banda tocava vários instrumentos, acordeão, flauta, banjo e até o dono do bar cantou uma canção tradicional e gaélico.

Perto das dez, ainda claro, voltei para o albergue pois queria tirar minha roupa da máquina de lavar e colocar na de secar. Tive uma surpresa, minha roupa estava pendurada e alguns toalhas na máquina de lavar. Deve ter sido a recepcionista. Como há gente legal aqui.

Percebi que estava muito quente na lavanderia e deixei a roupa pendurada para pegar depois. Já era hora de dormir e fui pra cama.

Tranquilo e feliz. E cansado, dá pra notar?

3 comentários:

Thiago Fonseca disse...

Devia ter arrumado um tempo para visitar a Isle of Man

Unknown disse...

oi Levi, pena que estamos defasados um dia, meu marido e meu filho estão hoje acampando no lago ness,dizem que estão roidos de mosquitos, mas achando tudo muito lindo. boa viagem a todos. Jacqueline

Alberto Levitan disse...

Fala Dani, muito legal toda esta viagem gastronômica (rsrsrs)....sempre com muitas informações novas e cheias de esperança ! bjs... pai