sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Dia1: Chegada em Tóquio

 


Faz bastante tempo que não escrevo no blog, não por falta de viagens, mas por não ter viajado para lugares novos. Desta vez vai ser diferente, vamos para o Japão. Para um brasileiro, um lugar tão exótico quanto distante. Todo lugar de longe é sempre melhor, e já a antecipadamente eu sei de qualidades e problemas do Japão. Sem dúvida a organização vai me agradar, o silêncio e a cordialidade também. 


A viagem é via Suiça, já que estamos saindo de Israel. Vamos dormir em Zurique e pegar o voo no dia seguinte, com 13 horas de duração. Vamos passar por Tóquio, Matsumoto, Takayama, Shirakawa-go, Kanazawa, Kyoto, Nara, Hiroshima, Miyajima e Osaka, antes de voltar a Tóquio para o retorno.


No nosso avião conhecemos um cara que mora há 30 anos no Japão. Ele trabalha como intérprete e tem uma clientela grande. Olha como são as coisas, os descendentes de japoneses não se empenham para aprender o idioma de seus ancestrais.


O aeroporto de Tóquio me surpreendeu pela quantidade de controles pelos quais passamos. Primeiro uma mulher verificou se tínhamos preenchido a ficha de entrada, depois tentaram coletar nossas digitais e foto, em seguida passamos pelo controle propriamente dito, lá de fato conseguiram coletar nossas digitais, tiraram foto e carimbaram nosso passaporte. Depois, na saída, novamente tivemos de passar o passaporte numa máquina para poder sair do aeroporto.

Chegando no aeroporto


Mesmo sem despachar mala, ficamos em torno de uma hora e meia até sair dali. O próximo passo foi descobrir como usar o transporte público, isso também não foi das tarefas mais simples, já que até quem fala inglês aqui, fala enrolado. Acabamos descobrindo como pegar o trem até Tóquio e como usar um cartão que tem aqui para pagar por transporte e outras compras.


Pegamos um trem para a estação Tóquio, que é uma estação Central, deixamos nossas malas em um locker e já começamos a viagem! É incrível que possamos confiar na segurança e já deixarmos nossas malas assim. 


A estação Tóquio é enorme, a quantidade de gente, lojas, linhas, corredores e escada rolantes é desnorteante. Passamos em dois lugares de informação até conseguirmos guardar a mala e sair corretamente da estação. Bom, uma vez fora já fiquei impressionado com duas coisas: a rua era muito mais limpa do que se pode esperar de uma cidade tão grande e com tanta gente, e segundo, que a rua era muito silenciosa. 

Hotel na estação Tóquio

Não é que não haja sujeira ou que as pessoas não falem, simplesmente há muito menos sujeira e as pessoas falam num volume muito menor. Particularmente, isso me agrada muito. Também notei que em geral as pessoas andam como quem dirige, mantendo o posicionamento no lado correto. Aqui em Tóquio se dirige como na inglaterra, então na escada rolante esperamos na esquerda.


Nossa primeira parada foi um restaurante de estilo esteira, onde pedidos são feitos num tablet e chegam muito rapidamente à mesa. Primeiro nos registramos num computador para conseguirmos a mesa, aguardamos nosso número, uma vez chamados, nos dirigimos à nossa mesa e começamos os pedidos. No final, indicamos no mesmo tablet dos pedidos que queremos fechar a conta e pagamos em outro computador na saída. Não é necessário falar com ninguém.

Restaurante de esteira

Esse primeiro restaurante é um dentre muitas redes que servem sushi dessa maneira, provamos algumas coisas diferentes como três tipos de atum, com variação experimental de gordura, ouriço do mar e outros peixes daqui. Eu esperava mais da qualidade mesmo para uma cadeia de restaurantes, não é que estivesse ruim, apenas achava que ia ser melhor.


Ficava no famoso bairro Ginza, que era bem próximo da estação de trem, passaremos um dia nele, mas já passamos por lá! Próxima parada, castelo imperial. Não tão distante, caminhamos para a área do castelo Imperial, que já foi do shogun (lorde feudal) de todo o Japão. Os jardins e a área exterior são enormes e muito abertas. Vimos a ponte Nijubashi, que se localiza logo antes do castelo imperial. 

Ponte Nijubashi e Palácio Imperial

Voltamos para a estação, recolhemos nossas malas e fomos para o hotel, que fica na região de Shinjuku. Saímos novamente e fomos a uma loja que vende tudo que é tipo de quinquilharias, passando de roupas usadas, por cosméticos, eletrônica e até comida, incluindo carnes. Eu nunca vi nada tão caótico quanto essa loja, é como o camelódromo da Uruguaiana num só lugar e sem produtos falsificados. Se por um lado achei as ruas bem silenciosas, essa loja era muito barulhenta, como se fosse necessário injetar ânimo nas pessoas para que elas fizessem compras. 


Outra coisa que notei é que há muitas linhas de trem que cortam a cidade, há passagens pelas laterais e embaixo destas diversas linhas, mas não parecem ser locais perigosos. Isso é um contraste enorme com o que tenho de experiência do Rio. Na região em que estamos, os prédios são baixos, embora alguns poucos sejam mais altos. Parece  que as  coisas são feitas em miniatura, há algo distinto nisso.

Linhas de trem cortando a cidade

Passamos numa loja de conveniência aqui para ver os produtos. O que mais surpreendeu é que eles tem uma geladeira “quente”, para produtos como café e afins. Isso eu nunca tinha visto! Visitamos uma região cheia de restaurantes chamada Kabukicho, lá era mais barulhento, mas nem perto do que se poderia esperar.


Kabukicho em Shinjuku

Nosso jantar foi num lugar de ramen, aquela saborosa sopa japonesa. Primeiro ficamos num fila do lado de fora, pensei que seria para já sentar, mas nos chamaram para fazer o pedido, neste momento, ao entrarmos no restaurante todos nos saudaram. Feito o pedido, voltamos para a fila, esperamos nossa vez, sentamos e comemos. Eu pedi um estilo de ramen que tinha o macarrão separado da sopa, estava saboroso e era bem diferente do que eu normalmente como. A Pri fez um pedido mais tradicional, igualmente saboroso. Ao sairmos, novamente nos saudaram, como da primeira vez, o restaurante inteiro.

Restaurante Tatsunoya

Ramen com partes separadas

 Agora é dormir para encarar o segundo dia.




2 comentários:

Anônimo disse...

Grande Dani, hermoso personaje Rutero !!! A seguir disfrutando

Anônimo disse...

Aeeee! Adorei todo o relato! Continuem aproveitando mto!