A vida no albergue nem sempre é fácil. Ontem um cara ficou tirando a pressão durante a noite toda, cada vez que ele realizava o processo, abria o nada silencioso fecho de velcro. Fora isso um casal chegou no meio da noite para se hospedar. Distribuíram desculpas e luz na cara.
Um dos segredos para uma boa viagem é chegar cedo nos lugares mais procurados. O Palácio Schönbrunn é um destes pontos de visitação muito disputados. Acordei às 6 horas e tomei café da manhã no próprio albergue. Comi bem já que no dia anterior fiquei devendo.
Palácio de Schönbrunn |
Peguei o metrô e em pouco tempo já estava no palácio. O deslocamento do metrô ao palácio já revelava um outro périplo de caminhadas. Escolhi fazer o Grand Tour. Novamente fiquei perplexo com a narração: o palácio era enorme, diversos aposentos, decoração de tudo quanto é tipo e mesmo assim aquela insistência em afirmar que o imperador era austero.
O piso de cada aposento era trabalhadíssimo, o pé direito enorme, diversos aposentos eram temáticos com decoração inspirada em algum motivo. Muitos cômodos me chamaram a atenção. Havia um em tom escuro que era bem interessante, havia alguns com motivos orientais, japonês um, chinês outro, e ainda um com a história dos mongóis. Mas o cômodo que chamou mais minha atenção foi o salão de baile.
Era mais comprido do que largo, o que devia fazer com que ele enchesse num dos eixos, dando a impressão de bom comparecimento, mas como era comprido, deve ter aliviado a sensação de multidão.
O passeio dentro do palácio foi bem interessante, incluindo a história do irmão de Franz Joseph, Maximilian, que aceitou ser rei do México, para ser morto pouco tempo depois pelos republicanos.
Sempre que viajo tento ver a atração em questão por completo. Fico com medo de nunca mais voltar a visitar a cidade e quero explorar tudo. Hoje não foi diferente. Na parte de trás do palácio há um jardim enorme.
A vista a partir dos fundos do palácio |
Os fundos do palácio visto do alto da colina |
O palácio visto de cima da colina |
O jardim termina numa fonte de água linda. Mas atrás da fonte há uma colina e no topo da colina há uma construção no estilo romano. No espírito de visitar tudo, subi a colina, cujo caminho fazia ziguezague. Um gasto enorme de perna e energia logo na primeira atração do dia. Pelo menos a vista de cima era bem legal.
Desci a colina e devo ter totalizado mais de três horas passeando no palácio. Peguei o metrô e fui visitar o prédio da secessão vienense. Esse foi um movimento de separação de alguns artistas, insatisfeitos com as regras da academia de artes de Viena.
O prédio é bonito por fora. Achei estranho que quase não havia janelas. Agora, a visita ao interior foi uma decepção. A moça me avisou que a exposição regular estava fechada, mas que havia uma exposição de Klimt. Eu devo ter ficado dez minutos para ver tudo.
Edifício da secessão vienense |
O edifício da secessão era perto do mercado que por sua vez era perto do albergue. Esse é um mercado aberto que tem muitos restaurantes. Sentei num que estava um pouco cheio e pedi um wiener schnitzel, a famosa milanesa de Viena. Acompanhando salada de batata e, é claro, uma cerveja.
Como estava com bastante tempo, fui visitar o prédio da Ópera. Achei bonito, mas não vi por dentro. Rodei toda a região e resolvi pegar os ingressos de trem que já havia comprado. Além de ter economizado tempo, já vi como faço para chegar à estação amanhã.
Opera de Viena |
Do lado da estação de trem fica o palácio Belvedere, mais um no estilo barroco. Eu fiquei muito impressionado com o salão de mármore. Muito bem acabado. E fiquei com uma curiosidade, quanto custa, em termos atuais, um palácio destes com as técnicas de construção da época.
Palácio Belvedere |
Salão de mármore |
O palácio já há muito tempo é um museu de arte. A coleção variava, mas incluía Klimt e alguns pintores que eu não conhecia, mas que fazem o tipo de arte que eu gosto, mais realista, e se possível, retratando paisagens.
Estilo de pintura que eu gosto, essa de Thomas Ender |
No final da visita havia uma parte dedicada ao período entre guerras, que inevitavelmente chega ao tema segunda guerra mundial. Este por sua vez chega em perseguição a judeus e novamente leio sobre pessoas tendo de fugir para outros países para sobreviver. Não só isso, sendo privada de exercer suas atividades profissionais.
Ontem de noite fui a um bar com cinquenta torneiras. Hoje vou a uma cervejaria que além da atividade principal, também cozinha usando a própria cerveja. Amanhã é dia de acordar cedo e viajar. Vou a Graz, e quero, já amanhã mesmo, visitar o museu do Arnold Schwarzenegger.
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