terça-feira, 2 de abril de 2019

Schönbrunn, Secessão e Belvedere

A vida no albergue nem sempre é fácil. Ontem um cara ficou tirando a pressão durante a noite toda, cada vez que ele realizava o processo, abria o nada silencioso fecho de velcro. Fora isso um casal chegou no meio da noite para se hospedar. Distribuíram desculpas e luz na cara.

Um dos segredos para uma boa viagem é chegar cedo nos lugares mais procurados. O Palácio Schönbrunn é um destes pontos de visitação muito disputados. Acordei às 6 horas e tomei café da manhã no próprio albergue. Comi bem já que no dia anterior fiquei devendo.

Palácio de Schönbrunn

Peguei o metrô e em pouco tempo já estava no palácio. O deslocamento do metrô ao palácio já revelava um outro périplo de caminhadas. Escolhi fazer o Grand Tour. Novamente fiquei perplexo com a narração: o palácio era enorme, diversos aposentos, decoração de tudo quanto é tipo e mesmo assim aquela insistência em afirmar que o imperador era austero. 

O piso de cada aposento era trabalhadíssimo, o pé direito enorme, diversos aposentos eram temáticos com decoração inspirada em algum motivo. Muitos cômodos me chamaram a atenção. Havia um em tom escuro que era bem interessante, havia alguns com motivos orientais, japonês um, chinês outro, e ainda um com a história dos mongóis. Mas o cômodo que chamou mais minha atenção foi o salão de baile. 

Era mais comprido do que largo, o que devia fazer com que ele enchesse num dos eixos, dando a impressão de bom comparecimento, mas como era comprido, deve ter aliviado a sensação de multidão.

O passeio dentro do palácio foi bem interessante, incluindo a história do irmão de Franz Joseph, Maximilian, que aceitou ser rei do México, para ser morto pouco tempo depois pelos republicanos.

Sempre que viajo tento ver a atração em questão por completo. Fico com medo de nunca mais voltar a visitar a cidade e quero explorar tudo. Hoje não foi diferente. Na parte de trás do palácio há um jardim enorme.


A vista a partir dos fundos do palácio

Os fundos do palácio visto do alto da colina

O palácio visto de cima da colina

O jardim termina numa fonte de água linda. Mas atrás da fonte há uma colina e no topo da colina há uma construção no estilo romano. No espírito de visitar tudo, subi a colina, cujo caminho fazia ziguezague. Um gasto enorme de perna e energia logo na primeira atração do dia. Pelo menos a vista de cima era bem legal.

Desci a colina e devo ter totalizado mais de três horas passeando no palácio. Peguei o metrô e fui visitar o prédio da secessão vienense. Esse foi um movimento de separação de alguns artistas, insatisfeitos com as regras da academia de artes de Viena. 

O prédio é bonito por fora. Achei estranho que quase não havia janelas. Agora, a visita ao interior foi uma decepção. A moça me avisou que a exposição regular estava fechada, mas que havia uma exposição de Klimt. Eu devo ter ficado dez minutos para ver tudo.

Edifício da secessão vienense

O edifício da secessão era perto do mercado que por sua vez era perto do albergue. Esse é um mercado aberto que tem muitos restaurantes. Sentei num que estava um pouco cheio e pedi um wiener schnitzel, a famosa milanesa de Viena. Acompanhando salada de batata e, é claro, uma cerveja.

Como estava com bastante tempo, fui visitar o prédio da Ópera. Achei bonito, mas não vi por dentro. Rodei toda a região e resolvi pegar os ingressos de trem que já havia comprado. Além de ter economizado tempo, já vi como faço para chegar à estação amanhã.

Opera de Viena

Do lado da estação de trem fica o palácio Belvedere, mais um no estilo barroco. Eu fiquei muito impressionado com o salão de mármore. Muito bem acabado. E fiquei com uma curiosidade, quanto custa, em termos atuais, um palácio destes com as técnicas de construção da época. 

Palácio Belvedere
Salão de mármore

O palácio já há muito tempo é um museu de arte. A coleção variava, mas incluía Klimt e alguns pintores que eu não conhecia, mas que fazem o tipo de arte que eu gosto, mais realista, e se possível, retratando paisagens. 

Estilo de pintura que eu gosto, essa de Thomas Ender

No final da visita havia uma parte dedicada ao período entre guerras, que inevitavelmente chega ao tema segunda guerra mundial. Este por sua vez chega em perseguição a judeus e novamente leio sobre pessoas tendo de fugir para outros países para sobreviver. Não só isso, sendo privada de exercer suas atividades profissionais. 

Ontem de noite fui a um bar com cinquenta torneiras. Hoje vou a uma cervejaria que além da atividade principal, também cozinha usando a própria cerveja. Amanhã é dia de acordar cedo e viajar. Vou a Graz, e quero, já amanhã mesmo, visitar o museu do Arnold Schwarzenegger.

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