quinta-feira, 4 de abril de 2019

Graz e museu do Arnold Schwarzenegger

Ontem fui comer numa cervejaria. Eles fabricam a cerveja in loco. Pelo que conversei com o garçom do balcão, ele é um dos que fazem a cerveja e como o o dono, é americano. Pedi seis provas, gostei das cervejas, mas não vi nada acima da média.  

O sistema de metrô aqui é como em muitos outros lugares da Europa, há uma máquina para a compra de bilhetes e há um dispositivo para validação.  Ele funciona carimbando o seu ticket e esse é o controle. Há, é claro, fiscais.  Esse sistema funciona muito mais na confiança entre as pessoas do que na suposição de que todos tentarão burlar o sistema.

Como meu ticket de 24 horas havia terminado às 21 horas de ontem, comprei um novo hoje pela manhã. Pensei que tendo o ticket de metrô andaria menos. Eu me enganei, baixei a quantidade, mas andei 15 Km ontem, mesmo tendo usado muito o metrô.

De noite novamente houve movimento de gente chegando depois da meia-noite. Mas como tinha ido dormir um pouco mais cedo, descansei bem e até acordei antes do horário. Pensei em dar o troco e fazer um carnaval às 5:30, mas não consegui, fui o mais silencioso que pude. 

Chegando na estação tentei antecipar minha passagem de trem. Como eu comprei pelo site uma passagem promocional, não tive essa opção, sequer pagando a diferença. Cheguei mais de uma hora antes e não teve como, tive de esperar. Mas tive duas surpresas, descobri que uma passagem como a que comprei, de primeira classe, sai por no mínimo três vezes o valor, e também tive acesso a um lounge com comidinhas e café. A diferença de dez euros a mais que paguei já valeu pelo café-da-manhã.

O caminho a Graz é cênico, o trem passava por lindos vales e outras vezes, os vales estavam bem abaixo de onde passava o trem. Sempre que acontecia isso, era possível ver diversas vilas lá embaixo. Com tantas montanhas, também havia muitos túneis. 

O caminho ligando Viena à Graz era lindo
Algumas vilas ficavam no caminho

Aproveitei o trem para ler bastante, e, quase chegando a Graz, entabulei uma conversa com uma senhora e uma outra menina. Quando disse de onde eu era e onde eu vivia, me perguntaram sobre a violência. Expliquei as diferenças e logo entramos no assunto política. Ficamos um tempo de papo até chegar a hora de descer. Foi uma viagem agradável.

Assim que cheguei em Graz corri para o albergue, deixei minhas coisas, confirmei como chegar em Tahl, onde fica o museu do Arnold Schwarzenegger, e fui. Basicamente tive de pegar dois ônibus e andar um pouco. O sistema de transporte aqui é bem sinalizado, pontual e dentro do ônibus é possível saber a parada que chegará porque há o anúncio na tela e no sistema de som. Mesmo assim, o segundo ônibus mudou um pouco o caminho.

Cenário idílico até Thal

Casas esparsas

Cenário de filme

O que notei foi que Arnold veio bem do interior da Áustria. O caminho novamente era lindo, vales incríveis, casas de madeira, campos preparados para o plantio. A estrada era muito estreita, muitas vezes o ônibus teve que parar e abrir caminho para quem vinha na direção oposta. 

Quando cheguei à parada final do segundo ônibus, notei onde estava. Eu já li a biografia do Arnold, a história é incrível, mas neste caso o livro me fez reconhecer o lago Thalersee. Era aí que ele se divertia com amigos. Foi ali que começou a se exercitar.

Thalersee, onde Arnold se divertia

Visto de um outro ângulo

A estrada que leva à casa de Arnold, uma leve caminhada

Depois de uma leve subida cheguei à casa-museu. A casa ficava num terreno espaçoso, tinha dois andares e me pareceu bem confortável. Já do lado de fora havia uma exposição de transformers. Ainda estou buscando a conexão com o museu. 

A vista desde a casa de Arnold

Após virar a rua, essa é a vista da casa

Entrada e estátua

A estátua em detalhe

Quando cheguei, além de mim só havia o recepcionista. Comecei a visita calmamente passando pelos cômodos da casa transformados pelos itens expostos: a espada de Conan, a moto de Exterminador do Futuro 2, a cama onde ele dormia, diversas fotos da infância, a roupa usada pelo exército austríaco da época na qual ele serviu, o armário que ele usava no exército, uma réplica da carcaça do robô exterminador, o equipamento de musculação da época, a mesa que ele usou quando foi governador da Califórnia, dentre muitos outros artigos. 

A casa não foi preservada intacta

Consegue identificar?

Mesa de trabalho

Governator

Com essa moto foi protagonizada uma das cenas mais icônicas da história do cinema, ao som de You could be mine!

Terminator

É impressionante relembrar o que ele atingiu. Um traço importante da personalidade dele é a humildade. Ele não se considera um "self made man", por que desde o início teve ajuda de diversas pessoas. Eu gosto deste senso de agradecimento e de trabalho em equipe. Até hoje ele serve de inspiração para muita gente.

A espada de Conan

Destaque para Commando

Pumping Iron

Cozinha da época

Quando estava terminando a visita, passei novamente pelo recepcionista. Como viajo sozinho, tive de lhe pedir para que tirasse umas fotos minhas ao lado da estátua que fica na porta de entrada. Ele o fez de bom grado, no processo ficamos conversando e perguntei se muita gente visitava o museu. Ele me disse que a partir dessa época a frequência aumenta chegando a cem visitantes por dia. Achei um ótimo número, sobretudo considerando como se chega até lá.

Não podia falar uma foto

No jardim da casa ,um belo lugar para um churrasco

Porta de entrada

Detalhe

Além disso ele me explicou onde exatamente ficava a barra onde Arnold se exercitava. Tive de ir conferir e aproveitei para fazer umas barras eu mesmo!

Onde tudo começou

O ônibus da volta chegou pontualmente e eu fui passear em Graz. Novamente achei que seria um dia tranquilo, mas boa parte das atrações ficava subindo uma montanha. E depois ainda me perguntam como eu consigo emagrecer em viagens. Andando o que eu ando, eu fico surpreso de não perder mais peso.

Passei pelo centro da cidade e notei uma leve inclinação. Essa parte da cidade tem o estilo medieval, com as ruas desordenadas e algumas construções bem características. Depois dessa leve subida, cheguei ao sopé da montanha. Havia novamente um caminho em ziguezague e outro direto cortando a grama, foi esse que tomei. Cheguei ofegante no meio do caminho, mas segui. 
Detalhe de um prédio

Loja de doces

Vista para a torre do relógio

Mausoléu

Havia algumas construções que pude visitar à medida que subia a montanha: uma torre com um relógio, um mirante no estilo chinês, uma guarnição de artilharia, uma torre de medição de condições meteorológicas e um grande platô. A vista para a cidade era muito bonita, mas ventava demasiado.

Início do que viria a ser uma bela caminhada

Vista panorâmica
A torre do relógio

Desci todo o caminho e segui visitando a cidade, passei pela prefeitura, por uma subida direta ao relógio através de escadas, por edifícios mais antigos e por uma estrutura metálica eregida dentro do rio Mur. Ainda estava cedo, mas eu já estava com fome. Fui procurar os bares que eu havia marcado no meu mapa, muitos só abririam mais tarde. 

Mirante em estilo chinês

Mais uma panorâmica

Entrei num, tomei uma cerveja, mas não gostei do ambiente. Segui procurando os outros bares, passei por dois restaurantes, mas tampouco me entusiasmei. Decidi voltar à praça da prefeitura e comer numa das barracas de comida. Linguiça frita, salada de batatas, pão e cerveja. Pronto. Já estava alimentado e segui para um pub de cerveja artesanal. Lá provei outras cervejas locais, descobri que haveria um podcast que seria transmitido dali. É cada coisa. Novamente cheguei ao albergue após mais de 15 Km andados. 

Detalhe de prédio na rua em que passavam vários bondes

Prefeitura de Graz

A escada que leva à torre do relógio

Construção no rio Mur

Um lanche porque ninguém é de ferro

Prefeitura de noite

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