terça-feira, 9 de abril de 2019

Bratislava

Eu não havia planejado uma hora para sair de Salzburg, mas sabia que o faria pela manhã. Saí a tempo de pegar o trem das 7:12. O trem demoraria perto de três horas e por isso era conveniente sair o quanto antes.

Em pouco tempo consegui me arrumar e ir para a estação de trem. O albergue ficava bem próximo. Às vezes a estação central fica suficientemente perto da cidade e vale a pena ficar hospedado pela região. 

Chegando na estação notei uma diferença grande de preços entre comprar na máquina e comprar online. Tentei comprar pela internet, mas não estava conseguindo. Demorei mais de vinte minutos por conta de erros no site da ÖBB, a companhia de trens da Áustria.

A hora de partida do trem estava chegando e o site não funcionava. A saída foi mudar um parâmetro no celular para que o site visto fosse a versão para desktop. Comprei o ticket perto de cinco minutos para a hora de saída. Não deu tempo de comer nada.

Em pouco menos de três horas cheguei em Viena, fui para o albergue deixar a mala e voltei para a estação para pegar o trem para Bratislava. Novamente estava em cima do laço, li na internet que eu podia comprar online, mas tinha que imprimir. Fui a dois escritórios da empresa de trens, mas não podia comprar neles. Resolvi ir a uma das máquinas, conferi o preço e era o mesmo, fiz a compra logo ali. 

Desta vez tive tempo e comprei um café e um apfelstrudel. Fui para a plataforma e com bastante gosto devorei o doce. Finalmente tomei café da manhã. O trem logo chegou à plataforma, embarquei e pouco depois o comboio começou a se mover.

A viagem durou perto de uma hora, assim que passei pela fronteira com a Eslováquia a internet parou de funcionar. É muito chato esse lance de cada empresa funcionar em um território estanque. Parece que há uma companhia francesa que oferece um cartão pré-pago que funciona na Europa inteira. Vou conferir porque isso de ficar sem internet acaba sendo um problema quando o mapa é completamente virtual.

Cheguei à Bratislava, mas o trem parou na estação mais ao sul. Tentei perguntar à mulher do caixa que horas saíam os trens de volta, ela não falava inglês, procurei o metrô, não havia, tendo comprar o ticket de ônibus, era baseado em tempo de viagem. Bom, olhei o mapa, já sem internet, e resolvi caminhar até o Danúbio e de lá começar a visita.

Essa caminhada durou meia hora. Logo que saí da estação uma mulher com um carrinho de bebê estava por atravessar a faixa de pedestres e um carro não parou. Notei edifícios com aspecto mais antigo. Tudo isso foi compondo uma imagem na minha cabeça.

Da ponte que cruzava o Danúbio avistei barcos chegando com turistas. Os meus horários não eram compatíveis com estes barcos, senão eu poderia tentar ter vindo num deles. 

A estação na qual cheguei em Bratislava

A construção conhecida como UFO

Danúbio visto da ponte, o rio é bem largo

Um exemplo de construção no caminho para a cidade

A este ponto eu já estava satisfeito porque ia começar a visitar algumas atrações. Primeiro subi até o castelo e notei que estava fechado para visitação, não achei ruim já que eu estava farto de museus. Dei uma volta no pátio interno, jardim barroco e entrada. O castelo fica numa colina enorme que domina essa região do Danúbio. Li que há evidências de construções muito antigas neste local, ou seja, o padrão de defesa dos seres humanos se repete e parte da lógica, já que posições elevadas são mais protegidas em geral. 

A primeira visão do castelo de Bratislava ,dominando o Danúbio

A visão lateral

A vista do castelo para o Danúbio

Dali fui para a cidade velha. A parte turística de Bratislava não é muito grande, e fora alguns edifícios bonitos e algumas igrejas, não há muito o que se visitar. Mesmo assim fui a uma igreja bem próxima do castelo, essa igreja tinha umas esculturas de madeira muito estranhas, eram animais lendo, alguns com cara de fera, era bem diferente. 

O castelo visto de frente

O muro da cidade antiga

A catedral na cidade antiga

Detalhe de uma raposa estudando

Outro ponto legal de visita era a entrada da cidade antiga. Uma ponte levava a uma curva aguda rodeada de construções e aí aparecia um arco onde ficava a porta de entrada. Em diversos lugares já vi esse padrão de construção em formato de "L", que interrompe o que seria uma invasão em velocidade. 

A entrada da cidade velha

Detalhe dos edifícios após a virada em "L"

A saída através da porta de entrada

Indo em direção à sinagoga, notei um edifício em que entravam muitas pessoas. Olhei no mapa e era um posto de correio, como havia um cartaz cheio de restrições, tive a intuição que valeria a entrada. E eu estava certo, era uma linda agência de correios, com vitrais bem trabalhados. Ainda bem que eu entrei nessa agência, caso contrário minha impressão seria que a cidade inteira tinha uma arquitetura deprimente.

A sinagoga

Detalhes da agência do correio

Em frente à sinagoga encontrei com um casal de ingleses, eles estavam buscando bonitos edifícios com arquitetura interessante. Iam ter bastante trabalho por aqui. Não para avaliar ou tirar fotos, mas para encontrar algo interessante. Havia poucos edifícios bem conservados e bonitos. O próprio castelo era uma reconstrução.

Bom, eu já havia passado por dois ou três bares que havia marcado no mapa e estava tudo fechado. Mas eu prestei atenção na hora em que abriam e o primeiro já estava aberto. Fui até ele e tomei uma cerveja da casa, boa e barata. Tudo era muito mais barato em Bratislava, fui almoçar, procurei também uns dois restaurantes que havia marcado, mas estavam fechados. Encontrei um restaurante simpático e pedi um prato típico, uma massa estilo panqueca do tamanho do prato, dobrada uma vez, recheada com carne de porco, salsicha e um molho bem espesso. Estava apimentado e excelente. Os preços são praticamente metade do que se paga na Áustria.

O primeiro bar dos que queria visitar que encontrei aberto

A vista de dentro no restaurante em que almocei

Panqueca recheada


Agora já alimentado, fui procurar o outro bar que já deveria estar aberto. Além de mim, havia o garçom no balcão e um cliente. Novamente problemas com inglês, mas consegui a cerveja da casa. Tentei conversar com o cara, mas era impossível. Paguei e fui andar mais pela cidade. 
O segundo bar

Interior do segundo bar


Depois de dar mais algumas voltas pensei o que deveria fazer para voltar, se andar tudo de novo para a estação no sul ou tentar ir para a estação central. Resolvi arriscar indo para a estação central que ficava mais ao norte, assim passaria por outros lugares. 

Como tinha tempo tive a excelente ideia de cortar o cabelo. Olhei no mapa, vi um lugar com nome legal no caminho para a estação. Entrei e perguntei: inglês?

Recebi a resposta, um pouco. Bom, vamos lá! O sistema funcionava com reserva e eu obviamente não tinha uma. Quando estava agradecendo, uma outra moça pediu que eu voltasse em quinze minutos, fiquei lá esperando. 

Chegou a minha vez, me sentei para cortar e como sempre, aquela comunicação com símbolos, mãos e inglês rudimentar. Deu tudo certo no final, saí feliz com o resultado.

Segui a caminhada em direção à estação de trem. Passei por um edifício bonito e diversos outros que mereciam uma reforma. No caminho havia um bar que fazia sua própria cerveja, parei antes de ir para a estação. Tomei uma cerveja e segui.

A sede do governo

A última cervejaria antes de ir

Eu não tinha ideia de que horas saía o trem, mas acreditava que houvesse uma partida por hora. Entrei numa fila para perguntar se aquele ticket era válido, a atendente me mandou para a fila de outra empresa. Essa fila era maior. A família à minha frente estava indo para Viena, então já descobri que tentr partiam de lá também. Quando chegou a minha vez, a atendente confirmou que aquele bilhete era válido para aquela estação, perguntei a hora do próximo trem e ela me responde que não estava vendo o painel de trens. Pensei, não tem no computador?

Segui para olhar o painel e o trem saía em três minutos, dei uma corrida e cheguei no trem. Pronto, missão cumprida.

Um comentário:

Jayme disse...

Ola Levi. Tive as mesmas impressões quw você sobre Bratislava, mas com um agravante. Peguei um dia chuvoso.
Mico da viagem: pedi uma "feijoada" num restaurante turístico. Veio "algo" super apimentado e sem relação alguma com nossa iguaria. Coisa de curioso