sábado, 24 de novembro de 2018

Um dia em Roterdã

Mesmo tendo ir dormido um pouco tarde, acabei acordando muito cedo. Ou seja, já acordei cansado. Mas é viagem e não há motivo para não sair para passear. Pela manhã visitei os pontos turísticos perto da região na qual estou, que se chama Blaak. Aqui do lado fica a Wittehuis, um edifício construído em estilo Art Nouveau; um pequeno porto; as casas cubo e o Markthal, que é um mercado fechado de restaurantes.


Por coincidência havia uma feira nessa região. Os produtos variavam desde gêneros alimentícios até itens de vestimenta e apetrechos para casa. Como já havia visto em Amsterdam, no final da feira havia um carro de música com temas tocados com a roupagem medieval. A música anima dias nublados como esse. 



Durante minha volta matutina combinei com o Samy de ir tomar café-da-manhã na casa dele. Peguei o metrô e rapidamente cheguei à sua casa. Ele conseguiu me convencer a passear de bicicleta e fomos buscar uma. Aqui há alguns aplicativos para o aluguel de bicicletas e elas estão disponíveis por todos os lados.



Essa acabou sendo uma ótima ideia porque assim conseguimos cobrir uma grande área em pouco espaço de tempo. Já em cima das bicicletas fomos para o centro comercial da cidade. Aproveitamos para olhar roupa de frio, mas não encontramos nenhuma promoção que nos atraísse, embora fosseç Black Friday.

Como eu havia dormido pouco, queria tomar um café. O Samy indicou um lugar bem arrumado ali perto, ele conhecia a região porque ficou hospedado nessa área quando chegou. Pedi um café com leite. A atendente me ofereceu diversos tipos de leite: amêndoas, aveia, orgânico, integral, bio... "Leite de vaca, normal, tem?" — perguntei. Nos dias de hoje encontrar a coisa que dá nome ao produto é tarefa hercúlea.

Reanimados seguimos o passeio. Já estava na hora de uma cerveja depois de sofrer com o vento pedalando. Fomos até o outro lado da cidade para o Fenix Food Market. Esse é um mercado que fica num galpão antigo. Eu gosto destes mercados, ficam muito legais recuperados. 


Além de diversas lojas de comida, havia uma microcervejaria, chamada Kaapse Brouwers. Começamos com a IPA. A cerveja caiu muito bem depois de tanto andar de bicicleta. Ficamos de papo, pedimos uma segunda. Eu provei a Stout. Para acompanhar não havia acepipe e eu queria provar o arenque. Minha avó Fina fazia marinado no creme de leite, mas aqui ele é servido cru.

Em busca da iguaria, fomos para um mercado bem próximo chamado Foodhallen. Segundo o Samy a região na qual ele se localizava foi recuperada da degradação. Esse mercado era mais arrumado, notei que havia uma loja vendendo hambúrgueres, mas o objetivo era comer o arenque. Na falta deste, pedimos mais uma cerveja e ficamos de papo. 

Descansados, seguimos a viagem para buscar o peixe. Voltamos ao Markthal, bem perto do meu hotel. Lá tínhamos certeza de que eu encontraria o peixe. De fato havia, provei finalmente o aperitivo que queria. O gosto não é aquele forte de peixe, aquele cujo cheiro é tão característico. Pelo contrário, parecia que ele havia sofrido algum processo. Acompanhando o peixe veio cebola picada.

Aproveitando o ensejo, comprei duas ostras. Tal qual o peixe, elas estavam muito saborosas. O Samy não arriscou nenhum dos dois e comeu um cachorro quente. Demos uma volta na parte externa, onde havia a feira. Toda essa andança de bicicleta deu fome, já sabíamos o que fazer, voltar para o Foodhallen e pedir o hambúrguer. Fizemos todo o caminho de bicicleta novamente. Desta vez subir a ponte nos pareceu mais difícil. Andando o dia inteiro de bicicleta e ainda com alguns desvios seja por engano seja de propósito, começávamos a sentir as pernas.

De volta ao mercado, pedimos o hambúrguer. Destaque para o queijo que conferiu um sabor excelente para o prato. Um hambúrguer não foi suficiente, então nada melhor do que degustar um segundo hambúrguer, porém em outro lugar. Seguimos a uma rua chama Witte, mas dessa vez de metrô. 

Achamos o restaurante, no segundo andar. O restaurante tinha a decoração muito parecida as que eu vi em Nova Iorque. Dessa vez o destaque do prato foi para a cebola. Aliás, curioso com algo que o Pedro me havia dito em Amsterdam, fui pesquisar e confirmei a informação que ele me havia dado. A Holanda é o segundo maior exportador de comida do mundo. 

Uma combinação de falta de espaço e traumas com guerras e fome fez a Holanda desenvolver muita tecnologia que aumentou muito a produtividade de sua agricultura. E eu que achava que a Holanda somente produzia tecnologia e serviços tive de rever esse meu entendimento equivocado de que lhes faltavam recursos. 

Outra pesquisa que fiz foi sobre o motivo pelo qual Roterdã foi bombardeada na segunda guerra. Inicialmente a Holanda se havia declarado neutra. E entre revisões de suas decisões resolveu invadir a Holanda para garantir à sua força aérea pontos de partida para atacar os ingleses. 

Imaginando que não demoraria mais do que um dia para completar a conquista, os alemães se surpreenderam com a resistência oferecida. Para não perder mais tempo, os alemães bombardearam Roterdã como forma de dissuasão. Rapidamente os holandeses capitularam.

Isso explica a arquitetura moderna da cidade e a falta de edifícios e construções antigas, com algumas exceções. 

Um comentário:

Unknown disse...

Dani, estou cansada só de ler. Suas pernas devem estar uma beleza hoje hein....rs Esses prédios são irados hein. Manda beijo para o Samy e família. Bjs Paty