sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Indo para Roterdã

Amsterdam parece uma cidade de conto de fadas, um parque de diversão. Ela é muito bonita, a arquitetura é muito interessante. As edificações normalmente tem um porão, sobem mais ou menos três andares acima do nível do chão. São quase sempre feitas com aquele tijolo típico que reveste as partes exteriores. Muitas possuem uma saliência na parte superior, uma espécie de viga saindo do edifício com um gancho. Esse instrumento é utilizado para içar quaisquer coisas que tenham de ser levadas a andares mais altos. Algumas chegam a ser inclinadas para a frente para que objetos içados não toquem a fachada.

As construções aqui me lembraram muito o que vi na Philadelphia ou em Nova Iorque. Muitas delas tem janelas na altura da rua, mostrando que o lugar é seguro, mas ao mesmo tempo as bicicletas são presas com correntes muito pesadas, o que indica o contrário. Também notei que muitas bicicletas são simples, sem marcha, num estilo mais antigo.

Há um forte senso de como conduzir bicicletas aqui. Elas seguem o fluxo dos carros onde não há um caminho exclusivo, os condutores sinalizam com as mãos quando querem dobrar ou subir numa calçada. Em geral o trânsito me pareceu muito organizado. Há, porém, pela falta de espaço, muita gente que pára seus carros e caminhões de pequeno porte em cima das calçadas ou mesmo no meio da rua. Isso acontece pela cidade inteira.

Eu não precisei tomar nenhum transporte público em Amsterdam. Caminhei em média 12 Km por dia, uma boa média de viagem.

Na manhã de hoje fui parar pelo Albert Cuyp Market, uma feira a céu aberto. A feira é grande, mas não estava muito movimentada, imagino que pela temperatura. Há de tudo sendo vendido, comida de todos os tipos, itens para casa, roupa e até perfumaria e farmácia.


Resolvi seguir caminhando para a Praça Rembrandt, notei no mapa que ali perto havia uma das batatas fritas mais famosas daqui, diz uma parada para abastecer. Ontem o Pedro me havia indicado uma vila fechada para visitar e um restaurante para almoçar.

Comendo a batata segui para o local onde ficava a vila. Está havia sido construída para abrigar viúvas da guerra. Uma porta grande de madeira separa a entrada das casas da rua em geral. Há uma igreja dentro da vila e todas as casas estão voltadas para o centro da vila.


Logo depois de visitar essa vila escondida, aproveitei para tomar um café com leite num café bem charmoso. Fazia tanto frio que estes momentos são muito bem-vindos. Posso tirar o casaco, as luvas e o gorro, escrever ou ler um pouco, descansar as pernas e me aquecer. Estes devaneios estratégicos são fundamentais.

Depois deste café, olhei o relógio e ainda não era hora de almoçar. Resolvi ir para uma região um pouco mais movimentada, vi uma cerveja no copo de algumas pessoas e me pareceu uma boa ideia. Entrei num bar, pedi uma cerveja e fui ler um pouco. Há muita coisa acontecendo pelos meus países de interesse. Não sei se é boa ideia me interar, e tampouco sei se é boa ideia me desligar.

Voltei para a praça onde ficava o café e a entrada da vila, essa região era muito bonita, o nome da Praça é Plui. Lá mesmo havia um restaurante de comida do mar. O restaurante era lindo, todo banco em mármore, impecável. A parte de fora era também muito linda. A comida não era espetacular, embora boa. O atendimento era amigável, mas lento.


Voltei para o hotel para pegar minha mala e fui para a estação central. Comprei minha passagem para Roterdã e fui para a plataforma esperar. O trem levaria 47 minutos até o destino final, com uma parada no aeroporto. No caminho vi muitas estufas bem modernas. Lembrei que a Holanda é um grande exportador de comida, mesmo com pouco espaço e clima tão adverso. Impressiona que a tecnologia seja aplicada a algo que acompanha os seres humanos há mais de dez mil anos. Eu não sei quanto mais caro é o alimento produzido aqui, mas sem dúvida é um alento saber que terá não é mais indispensável para agricultura. E me faz refletir em como há gente que ainda tem a visão romântica da agricultura de subsistência.


A viagem de trem durou menos do que eu gostaria, pude ler muito pouco. A chegada foi muita tranquila, consegui pegar o tram para chegar no hotel, onde fui recepcionado com uma cerveja. Uma hora depois o Samy chegou ao hotel e fomos para a sua casa.

Roterdã foi completamente destruída na guerra, então a cidade é muito moderna. Pelo pouco que vi achei tudo muito limpo e organizado. Peguei o metrô com o Samy e chegamos à sua casa. O edifício é muito bonito e a vista da casa dele é espetacular. Diques, pontes, a cidade um pouco atrás. O piso era de madeira, fazendo o lugar muito aconchegante. A cozinha era aberta, com equipamentos modernos e acabamento de primeira. Ia ser divertido fazer uns jantares para os amigos nessa cozinha.


E por falar em jantar, a Vanessa fez um belo de um jantar e fizemos o Shabat. Eu estou acostumado a comer salada como parte da refeição principal. Comi tanto salmão com salada que quando chegou a parte principal eu já estava lotado. Aliás, destaque para a chalá com húmus, muito saborosos.

Amanhã vamos dar uma bela volta por Roterdã. A promessa é de um passeio com diversas paradas gastronômicas.


Um comentário:

Unknown disse...

Ta sendo muito bom ter vc aqui! Hoje, sábado foi bem intenso! 😉