Fizemos mais um trekking, dessa vez pesado, mas em condições climáticas adversas. Se nos outros dias fizemos quase 10 Km, hoje passamos dos 11 Km. Além disso a chuva nos acompanhou por boa parte do perscurso, mas a chuva não é o que mais incomoda. O vento é o pior companheiro de caminhadas no frio. Ele faz com que a sensação térmica seja menor. Começamos a caminhada a 8º C, mas estimo que chegamos bem perto de 0º C.
O início da caminhada foi leve, mas o início durou pouco, logo estávamos no bosque em subida íngrime. Essa parte exigia do preparo, as subidas eram bem acentuadas e algumas partes estavam escorregadias por conta da chuva. De uma maneira geral estávamos protegidos pela copa das árvores e também pouco vento entrava na floresta. Aos poucos o corpo aqueceu e fomos tirando as camadas de roupa.
O começo do passeio. |
Antes da caminhada, regulando a temperatura do corpo sem casaco. |
Essa parte durou pouco mais de uma hora, cansativa porém administrável. Depois chegamos a uma cascata onde fizemos uma pequena parada para comer e descansar. Dali tínhamos um descampado pela frente. O guia que nos conduziu foi o mesmo que nos levou à Laguna Esmeralda. Quando o vi vestindo roupa percebi que seria bem frio lá em cima.
Cascata. |
Continuamos a caminhar cruzando um riacho e chegando em nova subida acentuada. A esta altura o vento cortava bem forte, tive de parar para colocar o resto dos casacos. O frio era tão intenso que perdi o tato. Fiquei preocupado, parei de me vestir no meio do processo para aquecer as mãos. Subi uma parte com elas protegidas dentro do casaco. A minha ideia era aquecer o corpo e por consequência as mãos. O plano deu certo e continuei a me vestir. O resto do percurso foi feito sob forte vento.
Mais uma vez a chegada nos recompensou. Avistamos uma geleira derretando desaguando em um lago bem bonito. Fizemos uma parada ali para comer, enquanto conversávamos. Este grupo tinha 3 argentinos e 10 brasileiros. Era um grupo bem divertido, as pessoas estavam gostando do passeio mesmo naquele clima, o que me deixou bastante satisfeito.
O Glaciar Vinciguerra e o lago que se forma pelo seu derretimento. |
Saber que há pais e filhos se divertindo juntos, jovens casais, amigos, todos num passeio na natureza é algo que me alegra. O contato que perdemos com a natureza tem de ser reavivado, ele nos mostra o que somos de verdade. Eles mostram que embora tenhamos nos afastado dela, o retorno sempre é possível e ela sempre nos retribuirá.
A chegada foi com neblina, chuva e vento. |
Contemplamos a geleira e o lago apesar do frio e da chuva. Dali demos a volta no lago e encontramos algumas cavernas de gelo, entramos numa delas. A entrada era por uma pedra, o que causou um estrago. Eu escorreguei e consegui sujar completamente meu casaco branco. Aliás, somente uma menina conseguiu sair ilesa da lama, todos se sujaram de uma maneira ou outra.
A volta foi bem mais rápida, descer não cansa, apenas machuca os joelhos. Mas o frio era tão intenso que a dor era completamente secundária. Além disso estávamos bem ansiosos para chegar ao hotel e ter notícias do nosso embarque. Por ora a posição se mantém, temos 12 horas de atraso. Novas informações virão quando o barco finalmente chegar à Ushuaia.
Para comemorar mais uma caminhada temos o plano de comer um cordeiro patagônico e tomar umas cervejas. É importante comemorar conquistas!
Data: 07/02/2015
Data: 07/02/2015
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