domingo, 8 de fevereiro de 2015

Glaciar Vinciguerra

Fizemos mais um trekking, dessa vez pesado, mas em condições climáticas adversas. Se nos outros dias fizemos quase 10 Km, hoje passamos dos 11 Km. Além disso a chuva nos acompanhou por boa parte do perscurso, mas a chuva não é o que mais incomoda. O vento é o pior companheiro de caminhadas no frio. Ele faz com que a sensação térmica seja menor. Começamos a caminhada a 8º C, mas estimo que chegamos bem perto de 0º C.

O início da caminhada foi leve, mas o início durou pouco, logo estávamos no bosque em subida íngrime. Essa parte exigia do preparo, as subidas eram bem acentuadas e algumas partes estavam escorregadias por conta da chuva. De uma maneira geral estávamos protegidos pela copa das árvores e também pouco vento entrava na floresta. Aos poucos o corpo aqueceu e fomos tirando as camadas de roupa.

O começo do passeio.
Antes da caminhada, regulando a temperatura do corpo sem casaco.
Essa parte durou pouco mais de uma hora, cansativa porém administrável. Depois chegamos a uma cascata onde fizemos uma pequena parada para comer e descansar. Dali tínhamos um descampado pela frente. O guia que nos conduziu foi o mesmo que nos levou à Laguna Esmeralda. Quando o vi vestindo roupa percebi que seria bem frio lá em cima.

Cascata.
Continuamos a caminhar cruzando um riacho e chegando em nova subida acentuada. A esta altura o vento cortava bem forte, tive de parar para colocar o resto dos casacos. O frio era tão intenso que perdi o tato. Fiquei preocupado, parei de me vestir no meio do processo para aquecer as mãos. Subi uma parte com elas protegidas dentro do casaco. A minha ideia era aquecer o corpo e por consequência as mãos. O plano deu certo e continuei a me vestir. O resto do percurso foi feito sob forte vento.

Mais uma vez a chegada nos recompensou. Avistamos uma geleira derretando desaguando em um lago bem bonito. Fizemos uma parada ali para comer, enquanto conversávamos. Este grupo tinha 3 argentinos e 10 brasileiros. Era um grupo bem divertido, as pessoas estavam gostando do passeio mesmo naquele clima, o que me deixou bastante satisfeito. 

O Glaciar Vinciguerra e o lago que se forma pelo seu derretimento.
Saber que há pais e filhos se divertindo juntos, jovens casais, amigos, todos num passeio na natureza é algo que me alegra. O contato que perdemos com a natureza tem de ser reavivado, ele nos mostra o que somos de verdade. Eles mostram que embora tenhamos nos afastado dela, o retorno sempre é possível e ela sempre nos retribuirá.

A chegada foi com neblina, chuva e vento.
Contemplamos a geleira e o lago apesar do frio e da chuva. Dali demos a volta no lago e encontramos algumas cavernas de gelo, entramos numa delas. A entrada era por uma pedra, o que causou um estrago. Eu escorreguei e consegui sujar completamente meu casaco branco. Aliás, somente uma menina conseguiu sair ilesa da lama, todos se sujaram de uma maneira ou outra.

A volta foi bem mais rápida, descer não cansa, apenas machuca os joelhos. Mas o frio era tão intenso que a dor era completamente secundária. Além disso estávamos bem ansiosos para chegar ao hotel e ter notícias do nosso embarque. Por ora a posição se mantém, temos 12 horas de atraso. Novas informações virão quando o barco finalmente chegar à Ushuaia.

Para comemorar mais uma caminhada temos o plano de comer um cordeiro patagônico e tomar umas cervejas. É importante comemorar conquistas!

Data: 07/02/2015

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