domingo, 26 de maio de 2019

O dia do casamento

Ontem de noite fomos jantar no Il Latini, um restaurante recomendado e que fez jus ao que esperávamos. A região na qual se situa é bem interessante, havia outros restaurantes na região. A decoração era rústica, com pernas de porcos penduradas pelos salões. Talvez eu deve-se chamar de patas de presunto para ser mais elegante.

Eu queria provar a bisteca florentina, mas o prato vem com um quilo de carne e custa sessenta euros. Sem ninguém para dividir, optei pelo bife grelhado. Que sabor incrível, que textura! A carne era de uma maciez indescritível, eu pedi mal passado, então o interior veio vermelho com uma pequena crosta de carne passada. Aspargos acompanhavam o prato. Foi suficiente, tendo em vista que de entrada pedimos salames variados e presunto. Também tomamos o vinho da casa.

De entrada, embutidos
Bife com aspargos

Depois de nos refastelarmos fomos caminhar um pouco, encontramos com o Rodrigo, mais um convidado do casamento e fomos a um bar com cervejas de fabricação artesanal. Provei a black IPA. O Rodrigo, que também faz cerveja, começou provando as cervejas do estilo sour. Provei as que ele pediu e achei muito boas.

Palazzo Vecchio

Já muito cansados voltamos para o albergue, conservando sobre a conjuntura político economia do Brasil. Na volta além do André, também estava no grupo o Johannes, que leciona e mora na Dinamarca, e que, por coincidência, estudou na turma de economia do meu primo na PUC.

Acordei novamente cedo, fui em direção ao Museo Ufizzi. Parei para tomar um café com leite e comer um croissant no caminho. 

O museu tem muitas pinturas e esculturas bem interessantes, incluindo a pintura "O sacrifício de Isaac". Essa pintura está no meu livro de história da quinta série. É incrível como algumas coisas não saem da nossa cabeça.

O sacrifício de Isaac

O museu tem majoritariamente pinturas de temas religiosos, que confesso, não são objeto do meu maior interesse. Depois de quase duas horas, voltei para o albergue, mas antes passei no mercado e a mulher na seção de queijos e embutidos pacientemente montou um sanduíche para mim. Aqui vale a máxima, se os ingrediente são bons, não há mistério. O sanduíche era feito com um pão local, uma espécie de focaccia, um queijo lembrando o pecorino e prosciutto. 

Já sabendo que casamentos podem ter cerimônias demoradas, me planejei para almoçar antes. Fui num restaurante que já havia pesquisado, Anticca trattoria da Tito. Os garçons eram muito bem humorados e solicitos. Eu pedi um ossobuco com ervilhas, mas na hora de fazer o pedido o garçom perguntou se eu não queria uma entrada, segui sua sugestão e comi de entrada macarrão com bacon e pecorino. Dois pratos incríveis!

Macarrão com pecorino e bacon

Ossobuco com ervilha

Chegar no casamento foi fácil, mas sair de Florença nem tanto, pelo trânsito. O lugar onde eles casaram era incrível, uma vila bem legal, até uvas plantadas eu vi. A cerimônia foi perto de três da tarde, depois houve uma recepção com diversos canapés, vinhos e espumantes. Essa parte se estendeu até a hora em que foi servido o jantar. Coincidentemente a entrada foi macarrão com bife como prato principal. A carne aqui é espetacular.

A entrada da Villa

O local da cerimônia

Entre a cerimônia e o jantar conheci diversos dos amigos do Bernardo que ele conheceu na Europa. Um deles, Victor, era russo. Quando estávamos conversando falei que minha família vinha de lá e falei meu sobrenome.

Vista noturna para o vale

A piscina

Pôr do sol

Eu há havia comentado com os brasileiros que meu sobrenome era conhecido na Rússia, uma vez mais, sem nada falar, escutei a mesma reação que as pessoas sempre tem. Primeiro eles citam um pintor muito famoso, Isaak Ilyich Levitan, depois comentam de um radialista, Yuri Levitan. Sempre são os dois personagens que aparecem. Eu fico, obviamente, feliz.

Mas na conversa aprendi algo mais. O Victor comentou que depois que a União Soviética foi desfeita, todos os médicos, que em sua maioria eram judeus, emigraram. Atualmente os russos vão a Israel tratar-se com os médicos judeus, já que, segundo o Victor, os que ficaram não são tão bons. Eu não tinha ideia desse turismo de saúde.

O pai prato principal

A entrada

Ele também foi capaz de citar diversas palavras em hebraico e disse que na empresa na qual ele trabalha metade dos funcionários são judeus. Eu fiquei impressionado com essa proeminência nos dias de hoje. Depois da jantar comemos sobremesa e fomos para a pista de dança. O casamento durou bastante tendo em vista a hora em que começou.

Nenhum comentário: